sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vitória

Chegou a menininha.

Sainha, lacinho, trancinha.

E já veio apressadinha.

Bati tantos papos com ela ainda na barriga!

E agora, de frente à princesa, cala-me a danadinha.

Terei de recomeçar, relembrar como é mesmo ser menina, mocinha, faceira.

Meninas preocupam mais!

Agora que eu já estava craque sobre carrinhos, super heróis e jogos de vídeo game, chega quem faltava pra me ocupar de outro jeito.

É a Vitória! Pintando tudo à minha volta de cor-de-rosa, lilás, enchendo tudo com fitinhas, babados e outras frescurinhas.

Finalmente veio a menina que eu ansiava enfeitar.

E assim eu recomeço a ser tia, só que agora numa experiência totalmente nova.

Fico engasgada com a sensação. Não há como explicar. Você espera tanto pela chegada, e quando ela chega, nem consegue dizer nada. Olha, olha, tenta entender... como se pode amar quem acabou de chegar?

Mas essas crianças renovam meu próprio prazo de validade. Enquanto vejo aquele que chegou primeiro crescendo rápido e alto como um foguete, e me assusto com as histórias que descubro sobre beijos e namoradinhas, vejo a vida começando de outro lado, com tudo pela frente ainda.

Bem-vinda, Vitória! Há muito que já é amada. Há muito que te espero.

Este colo, estes afagos e este coração molenga são seus. Seus e dos outros, que com certeza, irão pegar muito no seu pé... a primeira menina, talvez a única, quem pode saber?

À sua alma eu desejo sede de vida! Inteligência, saúde e amor, sem dúvida. Mas também o gosto pela paz e a opção pela felicidade, porque isso é tão pessoal e ninguém sabe direito como usar.

Espero que você saiba, porque ninguém chega a este mundo por acaso. Que seja linda a sua vida, meu amor.