sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal! Feliz 2012!

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Meu garoto gente boa


Vi e eu: farinha do mesmo saco
Menino gente boa
Victor, o meu garoto gente boa, está completando 14 anos hoje. Olho pra ele e vejo tanta coisa que deixa repleto meu coração! Mais do que sobrinho, ele é um pedaço da minha alma. Não gosto mais dele do que dos outros sobrinhos, meu amor por cada um deles é igualmente gigantesco. Mas com o Vi me identifico. Somos tão parecidos! Somos amigos, cúmplices, companheiros de verdade. E conforme o assisto crescer, mais me reconheço nele. Os motivos que o levam à exaltação, à revolta, à diversão, ao tédio, à curiosidade, enfim, todos os impulsos que o guiam são facilmente compreensíveis pra mim. Coloco-me no lugar dele com tanto conforto que sinto-me ali dentro daquele espírito inquieto e, desde muito cedo, bem resolvido. É uma aceitação automática, uma sintonia bendita. Somos muito farinha do mesmo saco.

Em campeonato de natação
Eu tinha apenas 16 anos quando soube que ele estava a caminho. Que festa! Ser tia era uma experiência não vivida até então e eu estava louca para experimentá-la. Fui comprando brinquedos desde os primeiros meses de gestação, o reconhecendo em cada detalhe que fosse belo. Eu o curti intensamente desde sempre. E quando soube que, como eu, seria sagitariano, senti um gostinho bobo de vitória. Era o meu menino mesmo que estava chegando.

Vi apaixonado: ele e a namorada Niágara
O tempo está passando tão rápido! Lembro das perninhas curtas e gorduchas, da fantasia de palhacinho em seu primeiro matinê, do esmero nas noites em claro confeccionando os enfeites para suas festinhas de aniversário personalizadas. Graças a ele, desde o começo senti o gosto bom de ser tia de uma forma plena. E sinto cada vez mais. Com ele converso de igual pra igual, sem qualquer estranhamento. Perto dele sinto paz.

Nosso campeão
Lembro-me que, ainda pequenino, olhava pra ele e almejava um futuro em que ouviria um “tia Lili” falado com um vozeirão bem grosso, como se isso fosse demorar tanto pra acontecer... E agora estou diante desse rapagão de quase 1,80m, com a mesma voz grossa das minhas projeções, lindo, inteligente, cheio de dons e muito, muito gente boa. Dá um orgulho tão grande dele!

Ele sabe que é lindo
Eu poderia citar milhares de méritos, inúmeros talentos que justificam esse orgulho, mas a grande verdade é que meu maior gosto é olhar para o Vi e ver a pessoa que ele é, simplesmente. E eu acho que nunca disse isso a ele. A gente enxerga as coisas mais importantes da vida, mas na roda viva, esquece de declará-las, como se estivessem implícitas.

Lindo 2
Talvez lhe escreva uma carta. Agora que está grande, posso exercitar com ele mais essa minha pieguice. Ou lhe peça que entre nesse blog e descubra. Ou lhe abrace forte e demoradamente, com direito aos cafunés que ele tanto adora, até que compreenda que certas coisas são melhores quando sentidas. Ele está se tornando mestre nisso. Ou, então, eu continue apenas curtindo essa coisa gostosa que é ser tia nos dias de hoje, quando mais parecemos irmãos do que qualquer outra coisa: sem cerimônias, frescuras e exigências antiquadas que condenavam essa relação tão mágica à impessoalidade.

Sempre por perto
Só desejo, de todo coração, que ele se aprimore nessa arte de ser tão ele, nada mais. Isso já me deixa segura de muitas coisas, já me livra dos grandes medos que o futuro impõe às famílias. O Vi é um garoto muito legal! É divertido, possui um senso de humor incrível, porém mesclado com uma sensibilidade que ele está aprendendo a acertar na medida; cheio de manias e particularidades, de uma segurança íntima que dá gosto presenciar e uma personalidade forte, porém afável. Ele é deliciosamente carismático. Apaixonante.

Bebê de titia
Meu menino adorado é alguém que, no barulho ou no silêncio, é sempre gostoso ter por perto. E que me ensina a amar de um jeito que, sem ele, eu jamais aprenderia.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O primeiro aniversário aos 43

Como são as coisas, não é mesmo? Enquanto algumas pessoas procuram diferentes formas de festejar a vida, outras, por incrível que pareça, evitam ao máximo essa celebração. Tenho um amigo que até ontem, evitou – mas só até ontem.

Meu amigo Alexandre, mais conhecido como B1, sempre me disse que não comemorava datas como aniversário, Dia das Mães, dos Namorados e outras mais, pois “é tudo comércio”. Bom, que é invenção do capitalismo, a gente sabe, mas o que tem de mal pegar carona nisso pra dar à vida um pouco mais de diversão? É só unir o útil ao agradável, ué.

Sempre achei que esse papo do B1 era pra esconder a vergonha que ele sente ao ser o centro das atenções. Realmente, ficar atrás de um bolo com um monte de gente em volta cantando e batendo palmas  só pra você não é uma das situações mais confortáveis da vida, mas o que vale mesmo é o que tudo aquilo significa: que a cada nova primavera nossa, há pessoas dispostas a comemorar a nossa existência. E mais do que isso: que é bom estar vivo, colecionando dias que se tornam anos, que se tornam experiência, que se torna, enfim, a nossa história. Única e intransferível.

Venho tentando convencer o B1 disso desde que o conheci, e pra falar a verdade, é tão difícil que tinha até desistido. Mas este ano tem algo especial no ar. Este ano, o B1 está passando por muitas transformações – e com ele, eu e outros amigos que também o adoram e que o acompanham nesse processo todo, afinal, ser amigo é embarcar junto nessa viagem louca que é existir, né.

Ontem, nosso querido B1 completou 43 anos. Mais do que fazer aniversário, considero que essa data foi especial porque marcou exatamente um momento decisivo pra ele, em vários sentidos. E como não deixamos passar nada, foi questão de honra levá-lo a comemorar, sim, o reinício do seu ano-novo particular. E há muito o que ser comemorado, ele sabe...

Nossa reunião foi simples e completamente improvisada, mas foi a chance perfeita para fazermos o nosso amigo sentir na pele o gosto bom de ser festejado. E festejamos mesmo. Todos que ali estavam, carregavam a mesma motivação: admirar o B1. Com bolinho de supermercado, velinha faiscante, chapeuzinho colorido e até língua de sogra, parabéns pra você... com um porém: no meio da praça de alimentação de um shopping lotado. Sei que ele ficou envergonhado, sem jeito, mas sei também que lá dentro do coração dele, sentiu algo que não tinha, ainda, experimentado. E isso, de alguma forma, deve tê-lo alegrado.

Eu realmente espero que sim, que ele tenha sentido algo novo e bom. Porque tudo o que queríamos ontem, era afagá-lo na alma, homenageá-lo por existir e fazer parte da nossa história. E por nos deixar fazer parte da história dele também e nos ensinar tanto. E essa nossa homenagem não se resume apenas a um dia, mas a todos, cada um declarado – ou não – de uma forma diferente.

O importante é ele entender o sentido das datas. Porque o sentido é a gente que cria, e nesse caso, achamos um jeito de mostrar que estamos junto com ele nesse e em qualquer outro recomeço. Que esse foi apenas o primeiro dia de uma série de emoções que fazem muito bem sentir. E principalmente, que foi só o primeiro aniversário a partir de agora, desses 43 anos.

Felicidade sem fim ao nosso B1!
Aí estão as fotos... as provas de todos os crimes que cometemos ontem contra o nosso amigo...ahahahaha.



terça-feira, 5 de abril de 2011

Amor. História. Eternidade.



Meus dias têm sido de orações. Rezas íntimas, particulares, em minha alma. Rezas mudas, ocultas. Daqui de fora não se vê e nem se ouve nada, nem sequer se nota. É por dentro. Na confusão dos meus sentidos, no mar de dúvidas sobre a vida e a existência, nas súplicas que nascem disso. Mesmo flutuando sobre a Terra e alguma dessas dimensões misteriosas, mesmo sem sentir-me completamente de um lado ou de outro, continuo orando internamente. Por mim, pela vida que segue frenética e da qual não tenho o menor controle, pelas pessoas que amo – principalmente por elas. Por quem está aqui comigo, nessa mesma aflição de incertezas, nesse medo da solidão e na eterna busca que nos divide entre desejos mundanos e intuitos maiores. E rezo, principalmente, pelos pedaços de mim que se desprenderam e agora habitam outras dimensões. Esses que povoam meu coração de saudade e mesmo sem estarem mais ao alcance de minhas limitadas possibilidades humanas, ainda inundam de esperança minha alma. Pessoas que, ao serem chamadas pelo outro lado, levaram junto deles boa parte do que sou e dos recursos que me davam mais sustentação. Sem elas aqui por perto fiquei mais desabitada, deslocada em minha casa, em meu próprio corpo. 

Mas o legado deixado por elas é imenso e forte demais para que eu desanime nessa caminhada. Jamais poderia ignorá-lo em nome do meu sofrimento. Essas pessoas que me prepararam para a vida, me ensinaram com inestimáveis exemplos a ser forte e a superar até mesmo os maiores desafios, as maiores tristezas, mesmo faltando pedaços importantes de mim. Elas me fizeram valente e feliz, e essa fortaleza habita minha alma machucada pela saudade e pela solidão, porém ainda disposta a honrá-los. Elas plantaram em mim o amor e ele é mais poderoso do que o tempo, do que a morte. É o que nos liga por toda a eternidade, onde quer que estejamos. E é essa certeza que me mantém em pé, honrando esse legado deixado por meus amados de herança: a mais valiosa que poderiam ter deixado.

Isso tudo constrói a minha história. Um dia irei reencontrá-los. Mas até lá há muito o que fazer para alcançá-los, para estar digna de ocupar o mesmo lar que eles, pois não tenho dúvida de que lhes foi reservado um bom lugar. Então eu sigo, redescobrindo minha força dia a dia para continuar escrevendo essa história, que é minha e deles, o que torna ainda maior minha responsabilidade. É a junção e a soma de todos esses seres que vivem e que viveram comigo. Vou me construindo como pessoa, crescendo como espírito, certa de que abandonada não fui e nunca serei. Nem por Deus, nem pelos Anjos do céu, nem pelos que me restam, e muito menos por aqueles que já estavam aqui quando cheguei e que sempre estarão à minha frente no tempo e na sabedoria. 

Graças a tudo o que acredito, carrego a certeza de eternidade. A minha, claro, como ser em constante evolução, e a de todos que amo, como seres de luz que a vida me deu de presente para que consiga cumprir essa missão que é se fazer existir.

É essa a oração de minha alma, que acontece em silêncio, porém ininterruptamente. É a minha fé na continuidade da vida e na imortalidade do espírito que me ajuda a seguir, mesmo dentro desta casa vazia e tendo de despedir-me com tanta freqüência de quem me é fundamental.

Crer é o que há de mais valioso nessa arte de sobreviver. E se eu possuo esse tesouro agora, é graças à família que tenho e nos propósitos de Deus para a nossa alma. E sou grata a esse gigantismo celestial que nos permite recomeçar tantas e quantas vezes outros ciclos se fechem.