quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A minha melhor amiga


Hoje, 15 de setembro, é aniversário da Telma, minha melhor amiga. Provavelmente ela deve estar pensando que eu esqueci – porque eu já esqueci o aniversário dela algumas vezes, o que é perdoável, já que ela também já esqueceu o meu.

Conheci a Tel no prézinho, tínhamos seis anos de idade. Hoje, a Tel completa 29 (é Tetéia, lembro-me da sua célebre frase: “até os 25 é bonitinho Aliz, depois a coisa começa a dar medo”). E olha nós aqui, vendo os trintinha bater à nossa porta. Juntas!

Pensei em fazer alguma surpresa pra essa amiga de uma vida inteira, de tantas confidências e de lealdade inabalável. Mas o que? Ela mora tão longe de mim! Melhor mesmo é registrar pra quem quiser ler a importância que essa eterna menina tem na minha vida, seu valor inestimável para mim.

Já escrevi poemas e versinhos para a Telma. Já mandei cartas melosas e cartas engraçadas. Vivo dizendo a ela que a amo demais e eternamente. Mas há detalhes que a gente não fica dizendo a toda hora, mas que são importantes, vez ou outra, declarar. Já que a vida é feita de um dia após o outro, por que não lembrar a minha melhor amiga do quanto a admiro nos mínimos detalhes e do quanto lhe sou grata por estar nessa comigo?

Quando estou perto da Tel, volto a ser criança. E nós duas sempre adoramos ser crianças. Mesmo quando mocinhas, já beijando na boca e tudo, fazíamos questão de nutrir uma certa infantilidade, mesmo que algumas pessoas nos achassem bobas, mesmo que as convenções da época não permitissem, afinal, a adolescência é uma fase da vida muito complicada e cheia de regrinhas idiotas – que nós duas fazíamos questão de quebrar. Éramos diferentes mesmo e sempre tivemos muito orgulho disso.

Sempre tivemos nossos próprios códigos e até hoje nos entendemos bem por meio deles. Escrevemos e desenhamos passagens cômicas da nossa vida, rindo de nós mesmas, das nossas deficiências e tristezas. Operávamos borrachas e, na 8ª série, ralamos desde o primeiro dia de aula pra garantir um baile de formatura como tanto sonhávamos. Íamos a discotecas e pisávamos nos pés dos meninos que nos interessavam para puxar uma conversa. E ríamos demais.

Também choramos muitas vezes. Perdas, ganhos, situações... a gente fala, chora e ri com uma naturalidade espantosa, e foi isso tudo que me fez entender como é que funciona essa coisa mágica chamada amizade. Amizade mesmo, dessas que nascem e morrem com a gente, e que levamos, vida após vida, onde quer que estejamos. A Tel é isso e muito mais pra mim.

Fui madrinha de casamento da Telma e sou madrinha da filha dela, minha princesinha Giulia. Da última vez que a Telma esteve em minha casa, simplesmente passamos uma madrugada inteira de sexta conversando na cama, até o sono nos vencer, já com o dia amanhecendo. E como se não bastasse, passamos o sábado juntas – dia e noite – e mais o domingo. E o assunto nunca acaba. Dividimos saudades, relembramos passagens, sonhamos com o futuro, reavaliamos o que nos tornamos hoje. E por mais que tenhamos passado por tantas transformações, em momento algum eu estranhei a Telma e sei que ela também nunca me estranhou. Juntas, somos aquelas meninas de sempre e isso basta.

Pra ela eu posso contar tudo como realmente é, sem ressalvas, sem vergonhas, sem dúvidas. Ela me vê tão completamente e com tanta generosidade, que exerce com maestria a arte de amar e compreender. E olha que nós nem concordamos em tudo, há certos aspectos que somos completamente diferentes. Mas até nisso a Telma é lição pra mim: é a prova de que amigo não é aquele que diz apenas o que queremos ouvir, mas aquele que, mesmo discordando, se coloca no nosso lugar e nos aceita. A Telma me aceita da forma mais humana que eu já pude presenciar.

Ah Tel, se você soubesse quantas e quantas vezes já me salvou... Mesmo estando longe, mesmo ausente por longos períodos, a certeza de que você sempre estará presente pra mim me conforta e me acalma em tantos momentos! A liberdade de ser o que sou, da forma como estiver – de bom ou de mau humor, triste ou feliz, rabugenta ou extrovertida, conservadora ou moderninha, certa ou errada – e ainda assim saber que você gosta de mim e que vai me dizer o que estiver pensando na mesma hora me enche de paz e sossego. Afinal, você é a minha melhor amiga!

Não existe dia em que a conversa não flua entre nós, em que a disposição não exista, porque mesmo sem assunto e sem disposição, podemos ficar juntas sem que a presença incomode de forma alguma. Não existe tema que não possa ser abordado, expressão que não possa ser usada, experiência que não possa ser contada, pecado que não possa ser confessado, segredo que não possa ser revelado.

E assim a gente vai experimentando a vida juntas, as vezes sofrendo, as vezes vencendo, mas sempre sempre sempre dividindo, aprendendo unidas. E como é bom pensar na vida ao seu lado, contar com a sua presença permanente!

Hoje é seu aniversário, mas eu quero que saiba que eu comemoro a sua chegada nesta Terra todos os dias, em orações, em pensamentos, em saudade. Eu agradeço a Deus por sua existência, peço pela sua saúde e bem-estar de forma ininterrupta. Porque além de ser assim, do jeitinho que só você sabe ser, é a minha melhor amiga e sem você, nem eu seria eu mesma. Não dá nem pra imaginar essa caminhada sem você, Tel!

Parabéns por seu dia! Seja feliz, feliz demais, o máximo que puder, porque não há nada mais gratificante do que vê-la vencendo e alcançando seus objetivos, se realizando e sendo essa mulher linda e forte que nasceu pra ser. E eu nem vou pedir que continue sendo minha melhor amiga, porque isso já é uma certeza: você sempre será essa alma gêmea que a vida me deu de presente pra tornar meus dias mais gloriosos, pra fazer essa experiência humana e espiritual valer a pena. Só me resta pedir por sua saúde, paz, amor, respeito, sonhos realizados, tudo isso que eu te desejo diariamente e que até seria desnecessário, pois até isso você sabe décor. E acredita. Essa confiança que nos une é que torna eterna e abençoada a nossa amizade.

Obrigada Tel, por tudo!
Não estamos perto nesse seu dia, mas estamos juntas, independentemente de datas e localizações, o tempo todo. E eu estou em festa por você!

Te amo!
Aliz

3 comentários:

Marcos Vinicius Gomes disse...

Que surpresa agradável...o retrato desta coisa tão distante atualmente, chamada amizade.Que ela permaneça e com ela a felicidade que só quem tem um amigo pode desfrutar!

José María Souza Costa disse...

Estava lendo o seu blog. Muito bom e interessante. Gostei de verdade. estou lhe convidando a visitar o meu blog, e se possivel seguirmos juntos por eles.Estarei esperando vc, lá
Abraços de verdade

Adriana (ou Bebel...rs) disse...

Ufa! Acabei de ler...que texto enoooorme!rsrsrs...falando sério agora...prima, como vc escreve bem e se expressa de uma forma maravilhosa...isso é um dom mesmo...eu estou de prova! Desde pequena, esta jornalista me fazia escrever cartinhas...justo pra mim, que amo números?!?!rsrs...amei o texto...lindo, lindo, lindo! E a Telma mereceu tamanha homenagem...pela pessoa carismática e adorável que tanto é!

Beijos à vc minha prima que tanto amo!!!